Três novos medicamentos para tratar pacientes com micoses endêmicas foram incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Tratam-se dos antifúngicos voriconazol, isavuconazol e o anidulafungina. Segundo o Ministério da Saúde, a incorporação levou em conta a necessidade de tratamentos mais efetivos para essas infecções, além de ampliar o acesso às novas terapias disponíveis. O investimento passará de R$36 milhões.
Tratamentos
Micoses são infecções causadas por fungos, cujas formas infectantes estão intimamente relacionadas ao bioma e a fatores geoclimáticos, como solo, clima, umidade, altitude e vegetação. Conheça os medicamentos incorporados no SUS e quais são as funções:
Voriconazol
O medicamento voriconazol é recomendado no tratamento de pacientes diagnosticados com aspergilose invasiva, quando o fungo filamentoso do gênero Aspergillus entra no organismo humano por meio da inalação de esporos.
Os sintomas apresentados pela infecção são tosse persistente com presença de catarro ou sangue, dificuldade ao respirar, dor no peito, perda de peso e febre acima de 38°C. Estima-se que no Brasil, ocorram por ano, 12 casos de infecções invasivas por fungos de gênero Aspergillus para cada um milhão de habitantes, ou seja aproximadamente 2.448 casos. O investimento neste tratamento deve ser de mais de R$ 7,8 milhões.
Isavuconazol
O medicamento isavuconazol foi incorporado para tratamento de consolidação em pacientes com mucormicose. Os fungos que transmitem a infecção podem ser encontrados em resíduos orgânicos em decomposição como pão, frutas, matéria vegetal, alimentos contaminados, fezes de animais, podendo infectar o homem por inalação, inoculação ou até mesmo ingestão dos esporos dispersos no ambiente. Por ser uma infecção com alta letalidade, é recomendado o tratamento.
Anidulafungina
O terceiro medicamento é o anidulafungina, considerado revolucionário para o tratamento de pacientes com candidemia e outras formas de candidíase invasiva, que podem resultar em internações hospitalares. A candidíase sistêmica é uma infecção invasiva do sangue, que tem sido diagnosticada com frequência crescente em Unidades de Terapia Intensiva, devido ao aumento do número de pacientes imunocomprometidos (transplantados, neutropênicos, diabéticos, HIV/Aids, entre outros).
A infecção é considerada grave e tem mortalidade elevada no país, principalmente quando o tratamento apropriado não é aplicado. Os sintomas dependem do tipo da micose e do estado imunitário do indivíduo, variando de uma simples lesão na pele até quadros graves com comprometimento sistêmico (disseminado) que podem evoluir para o óbito.
*com informações do Ministério da Saúde